O faturamento do atacado distribuidor acumula crescimento nominal de 1,22% de janeiro a agosto de 2019, na comparação com igual período de 2018. O resultado anima o setor, que mantém a expectativa de encerrar o ano com alta de 2%. Apesar do bom desempenho de janeiro a agosto, o faturamento sofreu queda de 1,94% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2018. Em relação ao mês de julho de 2019, o resultado ficou estável (-0,39%). Os dados fazem parte da pesquisa mensal da ABAD, apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) com um grupo representativo de empresas.

“Com a proximidade das festas de fim do ano, período que sazonalmente nos favorece, acreditamos que é possível atingir a meta do setor, que é ter um desempenho um pouco superior ao PIB, da ordem de 1% a 2% em 2019”, afirma o presidente Emerson Luiz Destro.

Segundo ele, o atacado distribuidor mantém, desde o início do ano, um ritmo de melhora gradual. “As decisões da equipe econômica até aqui, com as reformas, a desburocratização e as ações para reduzir o desemprego, estão em linha com as expectativas do setor produtivo e da sociedade em geral, mas a recuperação econômica permanece lenta. A esperança é que, passado o primeiro ano, o governo tenha condições de implementar outros pontos importantes da agenda.”

O aumento da confiança de empresas e consumidores, a geração de empregos formais e concessões de crédito para pessoas físicas são apontados pelos economistas como bons sinais para economia, podendo levar o PIB a um patamar positivo no terceiro trimestre. A produção industrial de agosto, que subiu 0,8% ante julho na comparação dessazonalizada, segundo o IBGE, reforça a avaliação favorável. O volume vendas do varejo e a receita do setor de serviços em julho, que cresceram 0,7% e 0,8%, respectivamente, também corroboram a melhora do cenário.

Em termos deflacionados, os números do Banco de Dados ABAD/FIA foram negativos no acumulado do ano (-2,61%) e na comparação com agosto de 2018 (-5%). Em relação ao mês de julho de 2019, o resultado ficou estável, -0,3%.

CONSUMO – Depois de duas quedas consecutivas, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) subiu para 47,3 pontos em setembro. Com o aumento de 0,3 ponto em relação a junho, é superior à média histórica, de 46,1 pontos. Os dados são da pesquisa trimestral divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo dos 50 pontos mostram consumidores pouco confiantes.

DESEMPREGO – Depois de dois aumentos consecutivos, o Índice de Medo do Desemprego caiu 1,1 ponto em relação a junho e ficou em 58,2 pontos em setembro, segundo a mesma pesquisa da CNI. Com isso, o indicador está 7,5 pontos abaixo do registrado em setembro do ano passado. Mesmo assim, continua acima da média histórica, de 50,1 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto mais alto o índice, maior é o medo do desemprego.

INCERTEZA – O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,7 pontos entre agosto e setembro de 2019, para 116,9 pontos, mantendo-se elevado em termos históricos. Em médias móveis de seis meses, o indicador subiu pela segunda vez seguida, agora em 1,3 ponto. Em setembro, os dois componentes do IIE-Br evoluíram no mesmo sentido. O componente de Mídia, com maior peso, aumentou 1,5 ponto, para 115,9 pontos, contribuindo em 1,4 ponto para o resultado agregado. O componente de Expectativa, após acumular queda de 22,8 pontos em agosto e setembro, teve elevação de 5,8 pontos, para 113,7 pontos, contribuindo com 1,3 ponto para o comportamento final do indicador.

Fonte: ABAD